Fazendo o passeio do quotidiano
Todos os dias passava numa rua estreita
Todos os dias, uma esbelta menina de 10 anos
Perseguia à distância, respeitosamente
Ao longo dessa rua, olhando com pálpebras simpáticas e curiosas
Era alta para a idade
E tinha um corpo bem lançado
Abundantes cabelos lindos
Divididos em dois no alto da cabeça
Caíam em tranças independentes
Sobre os ombros de mármore
"Menina, tu não és um anjo
E hás-de tornar-te afinal, como as outras mulheres"
-"Não, não, peço-te, não voltes a aparecer diante dos meus sebrolhos--------
No momento de desvario poderia pegar-te nos braços
Torcê-los, como a roupa lavada para tirar a água
Ou parti-los ruidosamente como a dois ramos secos
Depois fazer-te escolher à força
Poderia, segurando-te a cabeça entre as mãos
Num ar caricioso e doce
Enterrar-te os ditos....
Nos glóbulos do teu cérebro inocente
Para extrair sorriso nos lábios
Um muito eficaz que me lava os olhos
Doridos pela eterna insónia da vida
Poderia, cosendo-te as pálpebras com uma agulha
Privar-te do espectáculo do Universo
E pôr-te a**im na impossibilidade de encontrares o teu caminho
Não serei eu a servir-te de guia
Poderia, erguendo o teu corpo virgem
Com um braço de ferro, agarrar-te pelas pernas
Fazer-te girar à minha volta
Por uma funda, concentrar as forças
Numa última circunferência
E lançar-te contra o muro
Todos os dias passava numa rua estreita
Todos os dias, uma esbelta menina de 10 anos
Perseguia à distância, respeitosamente
Ao longo dessa rua, olhando com pálpebras simpáticas e curiosas
Era alta para a idade
E tinha um corpo bem lançado
Abundantes cabelos lindos
Divididos em dois no alto da cabeça
Caíam em tranças independentes
Sobre os ombros de mármore
"Menina, tu não és um anjo
E hás-de tornar-te afinal, como as outras mulheres"
-"Não, não, peço-te, não voltes a aparecer diante dos meus sebrolhos--------
No momento de desvario poderia pegar-te nos braços
Torcê-los, como a roupa lavada para tirar a água
Ou parti-los ruidosamente como a dois ramos secos
Depois fazer-te escolher à força
Poderia, segurando-te a cabeça entre as mãos
Num ar caricioso e doce
Enterrar-te os ditos....
Nos glóbulos do teu cérebro inocente
Para extrair sorriso nos lábios
Um muito eficaz que me lava os olhos
Doridos pela eterna insónia da vida
Poderia, cosendo-te as pálpebras com uma agulha
Privar-te do espectáculo do Universo
E pôr-te a**im na impossibilidade de encontrares o teu caminho
Não serei eu a servir-te de guia
Poderia, erguendo o teu corpo virgem
Com um braço de ferro, agarrar-te pelas pernas
Fazer-te girar à minha volta
Por uma funda, concentrar as forças
Numa última circunferência
E lançar-te contra o muro