Cidade, por que me persegues?
Com os dedos sangrando
Já não cavei em teu chão
Os sete palmos regulamentares
Para enterrar meus mortos?
Não ficamos quites desde então?
Por que insistes
Em acender toda noite
As luzes de tuas vitrinas
Com as mercadorias do sonho
A tão bom preço?
Não é mais tempo de comprar.
Logo será tempo de viajar
Para não se sabe onde.
Sabe-se apenas que é preciso ir
De mãos vazias.
Em vão alongas tuas ruas
Como nos dias de infância
Com a feérica promessa
De uma aventura a cada esquina.
Já não as tive todas?
Com os dedos sangrando
Já não cavei em teu chão
Os sete palmos regulamentares
Para enterrar meus mortos?
Não ficamos quites desde então?
Por que insistes
Em acender toda noite
As luzes de tuas vitrinas
Com as mercadorias do sonho
A tão bom preço?
Não é mais tempo de comprar.
Logo será tempo de viajar
Para não se sabe onde.
Sabe-se apenas que é preciso ir
De mãos vazias.
Em vão alongas tuas ruas
Como nos dias de infância
Com a feérica promessa
De uma aventura a cada esquina.
Já não as tive todas?