Em cada rua uma igreja
Com a porta escancarada
Onde se escuta a zoada
Do sermão de um pregador
Em cada esquina um pastor
Com uma bíblia estendida
Pra cada palavra lida
Dando uma interpretação
Em cada boca um sermão
Em cada pescoço um terço
Em cada morada um berço
Em cada berço um pagão
Em cada palmo de terra
Tem uma cruz enfincada
De quem morre em emboscada
De fome ou por acidente
Em qualquer um continente
Um conflito tumultua
Em cada beco de rua
Uma criança infeliz
Que o pai gerou e não quis
A mãe pariu e deixou
E ela se transformou
Numa vítima do país
Em cada cabeça um mundo
Cada vida uma escritura
Cada idéia uma leitura
Cada capítulo uma história
Pra cada página de glória
Tem uma mancha que invade
Pra cada voz da verdade
Outra diz : talvez não seja !
Pra cada boca que beija
Tem outra que roga praga
Pra cada mão que afaga
Tem outra mão que apedreja
Em cada rosto uma lágrima
Em cada lágrima uma dor
Em cada crime um autor
De nome desconhecido
Em cada golpe sofrido
Uma revolta se gera
Em cada ano de espera
Um esperançoso cansa
Em cada voz de vingança
Um grito de ameaça
E em cada dia que passa
Se vai a nossa esperança
Com a porta escancarada
Onde se escuta a zoada
Do sermão de um pregador
Em cada esquina um pastor
Com uma bíblia estendida
Pra cada palavra lida
Dando uma interpretação
Em cada boca um sermão
Em cada pescoço um terço
Em cada morada um berço
Em cada berço um pagão
Em cada palmo de terra
Tem uma cruz enfincada
De quem morre em emboscada
De fome ou por acidente
Em qualquer um continente
Um conflito tumultua
Em cada beco de rua
Uma criança infeliz
Que o pai gerou e não quis
A mãe pariu e deixou
E ela se transformou
Numa vítima do país
Em cada cabeça um mundo
Cada vida uma escritura
Cada idéia uma leitura
Cada capítulo uma história
Pra cada página de glória
Tem uma mancha que invade
Pra cada voz da verdade
Outra diz : talvez não seja !
Pra cada boca que beija
Tem outra que roga praga
Pra cada mão que afaga
Tem outra mão que apedreja
Em cada rosto uma lágrima
Em cada lágrima uma dor
Em cada crime um autor
De nome desconhecido
Em cada golpe sofrido
Uma revolta se gera
Em cada ano de espera
Um esperançoso cansa
Em cada voz de vingança
Um grito de ameaça
E em cada dia que passa
Se vai a nossa esperança