Eu vi quatro quadras soltas
à solta lá numa herdade
amarrei-as com uma corda
e carreguei-as para cidade
Cheguei com elas a um largo
e logo ao largo se puseram
foram ter com a família
e com os amigos que ainda o eram
Viram fados, viram viras
viram canções de revolta
e encontraram bons amigos
em mais que uma quadra solta
Uma viu um livro chamado
"Este livro que vos deixo"
e reviu velhas amizades
eram quadras do Aleixo:
Ó i ó ai, Há já menos quem se encolha
Ó i ó ai, Muita gente fala e canta
Ó i ó ai, Já se vai soltando a rolha
Que nos tapava a garganta
Ora bem, tinha marcado
encontro com as quadras soltas
pois sim, fiquei pendurado
como um tolo ali às voltas
Chegou uma e disse: Andei
a c**primentar parentes
e eu aqui a enxotar moscas
vocês são mesmo indecentes
Respondeu-me: ó patrãozinho
desculpe lá essa seca
estive a beber um copito
com uma quadra do Zeca:
Ó i ó ai, Disse-me um dia um careca
Ó i ó ai, Quando uma cobra tem sede
Ó i ó ai, Corta-lhe logo a cabeça
Encosta-a bem à parede
Das restantes quadras soltas
não tinha sequer notícia
dirigi-me a uma esquadra
e descrevi-as a um polícia
Respondeu-me: Com efeito
nós temos aqui retida
uma quadra sem papéis
que encontramos na má vida
Diz que é uma quadra oral
sem identificação
que uma quadra popular
não precisa de cartão
Se diz que pertence ao povo
o povo que venha cá
que eu quero ver a licença
o registo e o alvará:
Ó i ó ai, Quando se embebeda o pobre
Ó i ó ai, Dizem, olha o borrachão
Ó i ó ai, Quando se emborracha o rico
Acham graça ao figurão
Fui com a quadra popular
à procura da restante
quando o polícia de longe
disse: venha aqui um instante
Temos aqui uma outra
não sei se você conhece
desrespeita autoridades
e diz o que lhe apetece
Tem uma rima esquisita
e palavras estrangeiras
e semeia a confusão
entre as outras prisioneiras
Se for sua, leve-a já
que é pior que erva daninha
olhe bem para ela: É sua?
olhei bem para ela: É minha!
Ó i ó ai, Nós queremos é justiça
Ó i ó ai, E dinheiro para o bife
Ó i ó ai, E não esta cóboiada
Em que é tudo do sherife
à solta lá numa herdade
amarrei-as com uma corda
e carreguei-as para cidade
Cheguei com elas a um largo
e logo ao largo se puseram
foram ter com a família
e com os amigos que ainda o eram
Viram fados, viram viras
viram canções de revolta
e encontraram bons amigos
em mais que uma quadra solta
Uma viu um livro chamado
"Este livro que vos deixo"
e reviu velhas amizades
eram quadras do Aleixo:
Ó i ó ai, Há já menos quem se encolha
Ó i ó ai, Muita gente fala e canta
Ó i ó ai, Já se vai soltando a rolha
Que nos tapava a garganta
Ora bem, tinha marcado
encontro com as quadras soltas
pois sim, fiquei pendurado
como um tolo ali às voltas
Chegou uma e disse: Andei
a c**primentar parentes
e eu aqui a enxotar moscas
vocês são mesmo indecentes
Respondeu-me: ó patrãozinho
desculpe lá essa seca
estive a beber um copito
com uma quadra do Zeca:
Ó i ó ai, Disse-me um dia um careca
Ó i ó ai, Quando uma cobra tem sede
Ó i ó ai, Corta-lhe logo a cabeça
Encosta-a bem à parede
Das restantes quadras soltas
não tinha sequer notícia
dirigi-me a uma esquadra
e descrevi-as a um polícia
Respondeu-me: Com efeito
nós temos aqui retida
uma quadra sem papéis
que encontramos na má vida
Diz que é uma quadra oral
sem identificação
que uma quadra popular
não precisa de cartão
Se diz que pertence ao povo
o povo que venha cá
que eu quero ver a licença
o registo e o alvará:
Ó i ó ai, Quando se embebeda o pobre
Ó i ó ai, Dizem, olha o borrachão
Ó i ó ai, Quando se emborracha o rico
Acham graça ao figurão
Fui com a quadra popular
à procura da restante
quando o polícia de longe
disse: venha aqui um instante
Temos aqui uma outra
não sei se você conhece
desrespeita autoridades
e diz o que lhe apetece
Tem uma rima esquisita
e palavras estrangeiras
e semeia a confusão
entre as outras prisioneiras
Se for sua, leve-a já
que é pior que erva daninha
olhe bem para ela: É sua?
olhei bem para ela: É minha!
Ó i ó ai, Nós queremos é justiça
Ó i ó ai, E dinheiro para o bife
Ó i ó ai, E não esta cóboiada
Em que é tudo do sherife