Vós que vos ides por ganância
Debaixo da capa do cruzado,
Buscando no incerto e na distância
A mina delirante do El Dorado.
Vós que deixais só na retaguarda
Um farto gineceu desamparado
Não sentis testa que vos arda
Durante o sono repousante do soldado.
Ouvi esse ledo trovador
Por feitos de além-mar pouco tentado,
Não se deixa uma esposa sem amor
Com o trevo da mocidade eriçado.
É vê-las no poleiro das janelas
Gastando seus furores em vãs intrigas,
É vê-las nas ribeiras com as barrelas
Contando o que só Deus sabe às amigas.
Quanta malícia mal ardida
Tangem seus olhares pelas esquinas,
Soubessem os sorrisos de fugida
Que delas merecem minhas rimas.
E víeis que melhor que a riqueza
É ter alguém à noite na cama,
Que o diga a presunçosa e vã nobreza
Que goza as especiarias ao pé da Dama.
Por isso se as testas vos arderem
No lume verrinoso do adultério,
Às línguas viperinas que vieram
Dizei que ardem pela grandeza do império.
Debaixo da capa do cruzado,
Buscando no incerto e na distância
A mina delirante do El Dorado.
Vós que deixais só na retaguarda
Um farto gineceu desamparado
Não sentis testa que vos arda
Durante o sono repousante do soldado.
Ouvi esse ledo trovador
Por feitos de além-mar pouco tentado,
Não se deixa uma esposa sem amor
Com o trevo da mocidade eriçado.
É vê-las no poleiro das janelas
Gastando seus furores em vãs intrigas,
É vê-las nas ribeiras com as barrelas
Contando o que só Deus sabe às amigas.
Quanta malícia mal ardida
Tangem seus olhares pelas esquinas,
Soubessem os sorrisos de fugida
Que delas merecem minhas rimas.
E víeis que melhor que a riqueza
É ter alguém à noite na cama,
Que o diga a presunçosa e vã nobreza
Que goza as especiarias ao pé da Dama.
Por isso se as testas vos arderem
No lume verrinoso do adultério,
Às línguas viperinas que vieram
Dizei que ardem pela grandeza do império.