A raiva homicida
Que vem na bebida
Dos tristes sem lar por que lutar,
É prosa fiada
Em mesa dourada,
É sonho sem ar para respirar
Demência sem jeito
De um rumo desfeito
Num barco sem mar para navegar
Mas barco sem uso
Não cai em desuso
Na tralha sem fim do meu jardim
Nas tardes de inverno,
As brumas da chuva
Revelam temores da razão,
Erguendo os defuntos
Que moram, secretos,
Em covas ocultas
Pelo chão,
No meio de escombros,
Carcaças de carros
E restos de amores
De verão.
Se o musgo não medra
Na estátua de pedra
À luz do luar, junto ao altar,
Emana da terra
Um grito de guerra:
É tempo de dar sangue ao lugar!
Sepulcros abertos,
Sentidos despertos,
A fé de matar a latejar,
Impõe-me o destino
Pôr novo inquilino
Na tralha sem fim do meu jardim.
Nas tardes de inverno,
As brumas da chuva
Revelam temores da razão,
Erguendo os defuntos
Que moram, secretos,
Em covas ocultas
Pelo chão,
No meio de escombros,
Carcaças de carros
E restos de amores
De verão.
Que vem na bebida
Dos tristes sem lar por que lutar,
É prosa fiada
Em mesa dourada,
É sonho sem ar para respirar
Demência sem jeito
De um rumo desfeito
Num barco sem mar para navegar
Mas barco sem uso
Não cai em desuso
Na tralha sem fim do meu jardim
Nas tardes de inverno,
As brumas da chuva
Revelam temores da razão,
Erguendo os defuntos
Que moram, secretos,
Em covas ocultas
Pelo chão,
No meio de escombros,
Carcaças de carros
E restos de amores
De verão.
Se o musgo não medra
Na estátua de pedra
À luz do luar, junto ao altar,
Emana da terra
Um grito de guerra:
É tempo de dar sangue ao lugar!
Sepulcros abertos,
Sentidos despertos,
A fé de matar a latejar,
Impõe-me o destino
Pôr novo inquilino
Na tralha sem fim do meu jardim.
Nas tardes de inverno,
As brumas da chuva
Revelam temores da razão,
Erguendo os defuntos
Que moram, secretos,
Em covas ocultas
Pelo chão,
No meio de escombros,
Carcaças de carros
E restos de amores
De verão.