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O Naufrágio Lyrics

Sentei-me num rochedo junto ao mar
Um navio acabava de soltar todas as velas
Para se afastar destas paragens
A tempestade ia começar os seus ataques
E já o céu escurecia
Tornando-se de um negro quase tão horrendo
Como o coração do Homem

Um navio que era um grande barco de guerra
Baixava agora todas as suas âncoras
Pra não ser varrido contra os rochedos da costa

O vento a**obiava com furor
Os 4 pontos cardeais
E desvazia as velas

Os trovões estalavam por entre os relâmpagos
O balançar daquelas massas de água
Não tinha conseguido quebrar as correntes das âncoras

Mas os seus abalos tinham entreaberto um veio de água
Nos flancos do navio
-------
Pois as bombas não eram bastantes
Para esvaziar as pilhas de água salgada
Que espumando, se vinham a bater sobre a ponte, como montanhas

O navio, em perigo, dispara tiro de canhão
Como sinal de alarme
Mas afunda-se lentamente, majestosamente
Aquele que nunca viu um barco a afundar-se no meio de um furacão
Na intermitência dos relâmpagos
Ou da escuridão mais profunda

Enquanto que aqueles que lá estão, são frustrados pelo desespero que se imagina
Esse, não conhece os acidentes da vida

Por fim, -----de imensa dor
Diante dos flancos do barco
Enquanto o mar redobra os seus ataques temíveis
É o grito de abandono das forças humanas
Que se fez soltar

Cada um se embrulha num manto de resignação
E entrega a sua sorte nas mãos de Deus
O navio em perigo, dispara tiros de canhão
Como sinal de alarme

Mas afunda-se lentamente, majestosamente
Fizeram trabalhar as bombas durante todo o dia
Esforços inúteis
A noite chegou, ----, implacável
Para levar ao cúmulo este gracioso espectáculo
Toda a gente vai pensando
Que uma vez na água não poderá mais respirar

Mas exorta-se a reter o fogo o mais possível
Para prolongar a vida por dois ou três segundos
É a vingadora ironia que quer lançar à morte

O navio em perigo dispara tiros de canhão
Como sinal de alarme
Mas afunda-se lentamente, majestosamente

Já não dispara tiros de canhão
Não se afunda
A casca de noz foi tragada completamente

Oh céus, como é possível viver
Depois de ter provado tanta volúpia?
Fora a verdade sem testemunha
Das agonias de morte de alguns dos meus semelhantes
Minuto a minuto, seguido aos incidentes das suas angústias
Da costa, insultava-os, lançando-lhes imperdições e ameaças
Julgava que eles me ouviam
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