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Navegar, navegar Lyrics

Navegar, navegar!
Navegar navegar
Mas ó minha cana verde
Mergulhar no teu corpo
Entre quatro paredes
Dar-te um beijo e ficar
Ir ao fundo e voltar
Ó minha cana verde
Navegar navegar

Quem conquista sempre rouba
Quem cobiça nunca dá
Quem oprime tiraniza
Naufraga mil vezes
Bonita eu sei lá
Já vou de grilhões nos pés
Já vou de algemas nas mãos
De colares ao pescoço
Perdido e achado
Vendido em leilão
Eu já fui a mercadoria
Lá na praça do Mocá
Quase às avé-marias
Nos abismos do mar

Já é tempo de partir
Adeus morenas de Goa
Já é tempo de voltar
Tenho saudades tuas
Meu amor
De Lisboa
Antes que chegue a noite
Que vem do cabo do mundo
Tirar vidas à sorte
Do fraco e do forte
Do cimo e do fundo
Trago um jeito bailarino
Que apesar de tudo baila
No meu olhar peregrino
Nos abismos do mar
Nota: Diário da viagem, Fernão Mendes Pinto
"Nos vinte e um anos que duraram os meus infortúnios em que por vários acidentes de trabalho que me sucediam, atravessei muita parte da Ásia, como nesta minha viagem se pode muito bem ver, vivi entre a abundância e a miséria, entre vencedores e vencidos, sempre cuidando no regresso onde todas as minhas mágoas seriam consoladas."

O romance de Diogo Soares

Translation: Pedro big

To sail to sail
To sail to sail
O green cane(1) of mine
To dive in your body
Between four walls
To give you a kiss and stay
To go to the bottom and return
O green cane of mine
To sail to sail

Who conquers always steals
Who covets never gives
Who opresses tyrannizes
Suffers shipwrecks thousand times
Pretty I don't know
I already go with chains in my feet
I already go with handcuffs in my hands
With collars on my neck
Lost and found
Selled in auction
I have been the merchandise
In Mocá's market
Almost praying Hail-Mary's
In the abysses of the sea
It's time to leave now
Farewell brunettes of Goa
It's time to return now
I long for you
My love
Of Lisbon
Before night comes
From the end of the world
To take lifes randomly
From the weak and the strong
From the top and the bottom
I bring a dancer's flair
That in spite of all dances
In my peregrine look
In the abysses os the sea

Note: The journey's diary, Fernão Mendes Pinto.
"In the twenty one years that my misfortunes lasted in which I, because of many work accidents that occured to me, crossed a large part of Asia, as it can be seen in this travel, I lived between plenty and misery, between winners and loosers, always relying on my return where all my sorrows would be consoled."

(1) "Cana verde"= "green cane". The cane of corn, before maturing. It is used meaning "young girl". It's of very common use in portuguese traditional/popular lyrics.
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