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A guerra é a guerra Lyrics

Salto no escuro
Entre dentes trago a faca
E nos meus olhos coloridos
Juro
Vem ver o fogo no mar
Os peixes a arder
Ó Ana vem ver
Ó Ana vem ver
Ó Ana vem ver
Voando em arco
Esgueiro o corpo num balanço
Como um piloto do inferno
a**alto
Nas asas guerreiras de um anjo
Seja louvado
Atacamos mui baralhados
Como um bando endiabrado
Por Jesus na sua cruz
Chora por mim ó minha infanta
Escorre sangue o céu e a terra
Ah pois por mais que seja santa
A guerra é a guerra

Coro:
Malaca Malaca
A guerra é a guerra
No céu e na terra
Nos dentes a faca
Avanço avanço
A guerra é a guerra
No céu e na terra
Balanço balanço
Cruzado cruzado
A guerra é a guerra
No céu e na terra
O mais enfeitado
Largar largar
O fogo no mar

Seja bendito
De todos o mais enfeitado
Olha p'ra mim o mais guerreiro
Ao vivo
Olha p'ra mim o teu amado
E o céu a arder
Ó Ana vem ver
Ó Ana vem ver
Ó Ana vem ver
Barcos em chamas
Erguidas
Parecia coisa sonhada
Queimados
Os gritos horrendos da besta
Ferida
E lá dentro ardiam homens
Encurralados
E cá fora à cutilada
Decepados
P'la calada
Pelos peitos já desfeitos
Chora por mim ó minha infanta
Escorre sangue o céu e a terra
Ah pois por mais que seja santa
A guerra é a guerra

(coro)

Foge saloio
Eh parolo
Aguenta António de Faria
E a fidalguia
Todo o massacre
E todo o desconsolo
Que já lá vem o Coja Acém
E o mar a arder
Ó Ana vem ver
Ó Ana vem ver
Ó Ana vem ver
Diz-nos adeus o pirata
O labrego
De cima daquele mastro
Trocista e airoso
Mostrando o traseiro cafre
Preto escuro de um negro
Levando-nos coiro e tesouro
Rindo de gozo
Perdeu-se o resto na molhada
Pelo estrondo
Na quebrada
No edema da gangrena
Chora por mim ó minha infanta
Escorre sangue o céu e a terra
Ah pois por mais que seja santa
A guerra é a guerra
Nota: Diário da viagem, Fernão Mendes Pinto
"De Diu embarquei para o estreito de Meca, daqui fomos a Maçuá e daí, por terra, ao Reino do Preste João. Passei ao Reino dos Batas e de fugida pelo Reino de Quedá como adiante darei parte. Em Patane conheci António de Faria, capitão a quem servi na venda da mercadoria. Fomos atacados e roubados pelo perro do Coja Acém, temido pirata depois que Heitor da Silveira lhe matara seu pai e dois irmãos. Por isso, Coja Acém havia prometido a Mafamede matar todos da geração de Malaca. Em pequenas fustas, enfrentei também a grande armada do turco que bordejava na nossa esteira com as velas quarteadas de cores e muitas bandeiras de seda."

Translation: Pedro big

the war is the war
I jump on the the dark
Between the teeth the knife
And in my coloured eyes
I swear
Come see the fire in the sea
The fishes burning
Anna come see
Anna come see
Anna come see
Flying across
I sidle my body in a swing
Like a pilot from hell
I charge
Upon the warrior wings of an angel
Praise him
We attack very disorded
Like a demoniac gang
For Jesus in his cross
Cry for me my lady
It drains blood from sky and land
For as much as it can be holy
The war is the war

Choir:
Malaca Malaca
The war is the war
On sky and on land
In the teeths the knife
I move on I move on
The war is the war
On sky and on land
I swing i swing
Crusader crusader
The war is the war
On sky and on land
The most decorated
Drop drop
The fire on the sea
Bless him
Of all the most decorated
Look at me the top warrior
Live
Look at me your loved one
And the sky burning
Anna come see
Anna come see
Anna come see
Ships in flames
High
It looked like a dreamed thing
Burned
The horrifying screams of the beast
Injured
And inside men were burning
Trapped
And here outside by slashes
Maimed
On the sly
By the b******, already teared apart
Cry for me my lady
It drains blood from sky and land
For as much as it can be holy
The war is the war

(choir)

Run villager
Peasant
Hang on António de Faria
And the nobility
All the massacre
And all the sorrow
Here comes the Coja Acém
And the sea burning
Anna come see
Anna come see
Anna come see
He waves goodbye the pirate
The filthy
From upon that mast
Scofferly and elegantly
Showing us the behind caffre
Black darkness of a negro
Taking skin and treasure from us
Laughing of joy
The rest was lost in the crowd
By the crash
On the open
In the edema of the gangrene
Cry for me my lady
It drains blood from sky and land
For as much as it can be holy
The war is the war

Note: The journey's diary, Fernão Mendes Pinto.
"From Diu I shipped into the strait of Meca, from here we went to Maçuá and from there, by land, to the Kingdom of Preste João(1). I passed to the Kingdom of the Batas and in a hurry through the Kingdom of Quedá, as I will notice further on. In Patane I met António de Faria(2), commander who I served at the merchandise sale. We were attacked by (the dog) Coja Acém, feared pirate since Heitor da Silveira(3) had killed his father and two brothers. Because of this, Coja Acém had promessed Mafamede(4) to kill all of the generation of Malaca. In small pinnaces, I too faced the great fleet of the turk which was reeling on our track with coloured sails and many silk flags."

(1) Cristian kingdom in Africa, probably founded by european survivors of shipwrecks, where today stands Ethiopia.
(2) Portuguese adventurer of the beginings of the XVI century
(3) Captain of Afonso de Albuquerque. (Af. de Albuquerque was the second portuguese viceroy of India. He conquered many cities, among them Malaca, Aden, Ormuz, and Goa). Heitor settled in Malaca, after helping on it's conquer.
(4) Antient form of Mohamed (the prophet
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